O rato que tinha medo ( Millôr Fernandes)
Um rato tinha medo de gato. Nisso não era diferente dos outros ratos.
Pavor, tremor, ânsia, vida incerta. Mas, igual a todos os outros de sua
espécie, o nosso rato teve, no entanto, um fato diferente em sua vida –
encontrou-se com um mágico. Conversa via, conversa vem, ele explicou ao
mágico
a sua sina e o seu pavor. O mágico então transformou-o exatamente
naquilo que ele mais temia e achava mais poderoso sobre a terra – um
gato. O rato, daí em diante, passou a perseguir os outros ratos mas
adquiriu imediatamente medo horrível de cães. E isso também não era
diferente de todos os outros gatos. A única diferença foi que tornou a
se encontrar com o mágico. Falou-lhe então do seu novo medo e foi
transformado outra vez na coisa que mais temia. Cão. Cão, pôs-se logo a
perseguir os gatos. Mas passou a temer animais maiores, como leão,
tigre, onça, boi, cavalo, tudo. O mágico surgiu mais uma vez e resolveu
transformá-lo, então, num leão, o mais poderoso dos animais. Mas o
nosso ratinho elevado assim à classe A da classe animal, passou porém a
recear quando ouvia passo de caçador. Então o mágico chegou,
transformou-o de novo num rato e disse, alto e em bom tom:
Moral: meu filho, quem tem coração de rato não adianta ser leão.
1. Por que foi inútil transformar o rato em gato, cão e leão?
2. Qual o significado a moral da fábula?
3. Para ensinar ao filho que debaixo de uma bela “cara” pode esconder-se um mau coração, a mãe-rata poderia dizer dois provérbios seguintes, quais?
a) Nem tudo que reluz é ouro.
b) Ninguém está contente com a sua sorte.
c) Por fora bela viola, por dentro pão bolorento.
d) O que os olhos não vêem o coração não sente.
4. Relembre a definição de fábula e assinale a segunda intenção desse texto.
a) Contar uma história.
b) Ensinar alguma coisa.
c) Distrair os leitores.
d) Explicar um provérbio.
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