quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Prova de Português - 7ª série (8º ano)


Prova de Português - 7ª série (8º ano)

Texto:
TemposDifíceis
(de Edy Rock e KL Jay) Os racionais

Eu vou dizer porque o mundo é assim.
Poderia ser melhor mas ele é tão ruim.
Tempos difíceis, está difícil viver.
Procuramos um motivo vivo, mas ninguém sabe dizer.

Milhões de pessoas boas morrem de fome.
E o culpado, condenado disto é o próprio homem.
O domínio está em mão de poderosos, mentirosos.
Que não querem saber.
Porcos, nos querem todos mortos.
Pessoas trabalham o mês inteiro.
Se cansam, se esgotam, por pouco dinheiro. 
Enquanto tantos outros nada trabalham.
Só atrapalham e ainda falam.
Que as coisas melhoraram.
Ao invés de fazerem algo necessário.
Ao contrário, iludem, enganam otários.
Prometem 100%, prometem mentindo, fingindo, traindo.
E na verdade, de nós estão rindo.
Tempos... Tempos difíceis! (4x)
Tanto dinheiro jogado fora.
Sendo gasto por eles em poucas horas.
Tanto dinheiro desperdiçado.
E não pensam no sofrimento de um menor abandonado.
O mundo está cheio, cheio de miséria.
Isto prova que está próximo o fim de mais uma era.
O homem construiu, criou, armas nucleares.
E o aperto de um botão, o mundo irá pelos ares.
Extra, publicam, publicam extra os jornais
Corrupção e violência aumentam mais e mais.
Com quais, sexo e droga se tornaram algo vulgar.
E com isso, vem a arte pra com todos liquidar.
A morte, enfim. Vem destruição, causam terrorismo.
E cada vez mais o mundo afunda num abismo.
Tempos... Tempos difíceis! (4x)
Menores carentes se tornam delinquentes.
E ninguém nada faz pelo futuro dessa gente.
A saída é essa vida bandida que levam.
Roubando, matando, morrendo.
Entre si se acabando.
Enquanto homens de poder fingem não ver.
Não querem saber.
Faz o que bem entender.
E assim... aumenta a violência.
Não somos nós os culpados dessa consequência?
Destruíram a natureza e o que puseram em seu lugar
jamais terá igual beleza.
Poluíram o ar e o tornaram impuro.
E o futuro eu pergunto, confuso: "como será?"
Agora em quatro segundos irei dizer um ditado:
"Tudo que se faz de errado aqui mesmo será pago"
O meu nome é Edy Rock, um rapper e não um otário.
Se algo não fizermos, estaremos acabados.
KL Jay! Tempos difíceis!
Tempos difíceis!

Interpretando o texto

1) Releia a primeira estrofe. O que o letrista se propõe?
________________________________________________

2) A quem ele atribui a situação apresentada?
________________________________________________

3) Releia a estrofe depois do primeiro refrão. Quais os problemas apontados nessa estrofe que, segundo o letrista, contribuem para que os tempos sejam difíceis?
________________________________________________
________________________________________________
4) A estrofe que segue o segundo refrão trata das causas do aumento da violência. Que causas são apontadas?
________________________________________________

5) Para encerrar, o rapper cita um ditado popular e faz uma proposta. Qual é esse ditado? Qual é essa proposta?
________________________________________________

Fatos Gramaticais

1 - Complete as lacunas com verbos de ligação:
a) Luana ________________doente.
b) Monoel _______________ calado com a bronca.
c) Pedro _________________ médico.
d) Filipe _________________ sem graça.
e) Eles __________________ nervosos com o mal entendido.

2 - Grife o predicativo do sujeito:
a) Os preços estão horríveis.
b) A batalha foi dolorosa e sangrenta.
c) Fabrício tornou-se grande tecladista.
d) O governo está problemático.
e) A estrada estava esburacada.

3- 3- Classifique o predicado em nominal (PN) ou verbal (PV).
a) O advogado ficou preocupado. ­­­­­­­­­­­­__________
b) Ontem eu estava na praça. _____________
c) As mães saíram preocupadas ___________
d) Eu escrevi as cartas. ________________
e) Comprei muitos presentes. ___________ 
4 - Escreva (I) para verbo intransitivo e (TD) para o verbo transitivo direto.
a) ( ) A chuva parou.
b) ( ) Ninguém o reconheceu.
c) ( ) Carla vendeu sua casa.
d) ( ) Todos aclamaram o artista.
e) ( ) Copie sua tarefa.

5 – Associe:
a) aposto b) vocativo c) adjunto adnominal
a) ( ) Cleide, apareça já.
b) ( ) Kaká, jogador de futebol, está fazendo sucesso.
c) ( ) Essas meninas levadas riscaram meu carro.
d) ( ) Ganhei um caderno de capa dura.
e) ( ) Não era para te levar,Eduardo!

A classificação dos termos sublinhados foram indicadas corretamente nas alternativas: 
a) ( ) prefeito chegou a cidade. (adjunto adnominal)
b) ( ) Meu filho é esperto. (predicativo do sujeito)
c) ( ) Ele me devolveu o CD. (advérbio de negação)
d) ( ) Ele pinta bem. (advérbio)
e) ( ) Nós compramos uma TV (objeto direto)
f) ( ) O Ipê amarelo nasceu. (objeto indireto)
g) ( ) As matas queimaram. (verbo intransitivo)
h) ( ) Márcia conseguiu a medalha. (substantivo)
i ) ( ) Ela estava na festa. (verbo intransitivo)
j) ( ) Eu fiquei sozinho no bosque. (adjunto adverbial)

7- Analise as frases e coloque OI para objeto Indireto e CN para complemento nominal.
a) ( ) Cuide de seus interesses que eu cuido dos meus.
b) ( ) Temos confiança em nossos jogadores.
c) ( ) Já organizamos a resistência ao ataque inimigo.
d) ( ) Naquela situação difícil recorremos ao diretor.
e) ( ) Gostamos de pessoas sinceras.
f) ( ) Continua a luta contra a poluição.
g) ( ) Existe um órgão de proteção aos índios.
h) ( ) A notícia agradou a todos
i) ( ) Eu acredito em Deus.
j) ( ) Conto com vocês.

8– Analise as orações sintaticamente dando a função de cada termo.

a) Engenheiros e arquitetos fizeram grandes planos para os favelados.

Sujeito (tipo): ________________________________________
Predicado (tipo): _____________________________________
Verbo (classificação): _________________________________
Objeto (tipo): ________________________________________
Adjunto adnominal: ___________________________________

b) Os carros permaneceram sujos.

Sujeito (tipo): _______________________________________
Predicado (tipo): ____________________________________
Verbo (classificação): ________________________________
Predicativo do sujeito: ________________________________
Adjunto adnominal: __________________________________


Porta recado

Um fantasma chamado Wanda


Um fantasma chamado Wanda   

Quando o primeiro fenômeno sobrenatural ocorreu aqui em casa, nem percebi direito o que estava acontecendo. Justo eu, que gosto tanto de coisas estranhas... quer dizer, contanto que elas não me assustem muito.
Bom, melhor contar para você quem sou. Meu nome é Zeca. Tenho dez anos. E acho que sempre fui interessado nessas coisas esquisitas. Tipo lobisomem, vampiro, zumbi e casa que tem torneira que solta sangue no lugar de água. Uns negócios assim.
Para falar a verdade, eu nunca vi nenhuma dessas coisas, não. Mas também, só tenho dez anos.
Bom, deixa eu continuar minha história. Já faz uns meses que isso aconteceu: acordei no meio da noite com todas as portas do apartamento abrindo e fechando. A porta do quarto do meu pai, do meu quarto, do banheiro, do armário. Elas ficavam abrindo e fechando sozinhas, sem parar. Eu pensei: “Tudo bem, deve ser o vento”. E peguei no sono de novo. Se naquela noite eu soubesse o que estava acontecendo de verdade, acho que não teria ficado assim tão calminho.
Quando acordei no dia seguinte, a primeira coisa que reparei foi na bagunça que tinha virado o meu quarto. Bom, eu não quero que vocês imaginem a coisa errada. Meu quarto está sempre na maior bagunça. Mas naquele dia, estava uma zona completa.
As calças que eu tinha tirado na noite anterior e jogado no chão estavam penduradas nas cortinas da janela. Os tênis que eu tinha jogado no canto estavam dentro da cesta de lixo. Minha camiseta estava pendurada no lustre. Minhas cuecas tinham ido parar na cabeça do meu ursinho de pelúcia. Eu tinha certeza absoluta de que não tinha feito essas coisas. E nem podia imaginar quem é que tinha espalhado minhas roupas daquele jeito.
Arrumei toda a bagunça o mais rápido possível. Não fiz isso por gostar do meu quarto em ordem. Fiz porque não queria ver meu pai entrando lá e dizendo:
__E aí, filho, o que é que está fora do lugar?
Meu pai é genial, eu adoro ele. Mas é fanático por limpeza. E eu detesto quando entra no meu quarto e diz:
__E aí, Zeca, que tal dar uma geral?
Quando terminei de arrumar o quarto, fui ao banheiro escovar os dentes. E foi lá que encontrei uma bagunça ainda maior. Alguém tinha lambuzado o espelho com espuma de sabonete. E colado o assento na privada com esparadrapo. Seria algum cara querendo aprontar comigo? Ou será que tinha alguma coisa esquisita rolando?
__ Zeca, você já acordou? – era meu pai chamando do corredor.
__ Já, pai - respondi.
Ele enfiou a cabeça pela porta do banheiro.
__ Tudo bem - ele disse.
Voltei para meu quarto e fiquei de boca aberta. O quarto tinha ficado na maior bagunça outra vez. Além disso, todos os fios elétricos estavam enrolados. E alguém tinha pintado um bigode e barba na foto da minha avó Lia. Só podia ser alguém aprontando comigo. Tinha mesmo alguma coisa estranha rolando.
__ Que tal dar uma geral? - perguntou o meu pai.
Deu para perceber que meu pai estava bravo com aquela bagunça.
Meus pais são separados. Eu passo uma parte do tempo com ele, outra com minha mãe. A casa do meu pai sempre foi mais organizada que a da minha mãe. Quer dizer, até agora.
__ Pai – eu disse – acabei de arrumar o quarto, tá? Faz um minutinho, antes de ir escovar os dentes no banheiro, eu juro. Sei que isso parece coisa de louco, mas acho que tem alguma assombração aqui, ou coisa do gênero.
__ Zeca, eu não ligo se você de vez em quando fica com preguiça e larga o seu quarto na bagunça - disse o meu pai – Mas detesto mentira.
__ Eu não estou mentindo – respondi – É verdade que arrumei o quarto faz um minuto! Não fui eu quem fez essa zona aqui.
A cara do meu pai era de quem estava acreditando. Mas, bem naquela horinha a televisão que fica em cima da estante começou a flutuar. Depois ela voou devagarzinho e aterrissou na minha cômoda sem fazer nenhum barulho.
Meu pai ficou só olhando. Os olhos dele estavam arregalados. Os meus também.
__Você sabe, Zeca – ele disse, depois de um tempão – no final das contas, acho que estou acreditando em você...
Um fantasma chamado Wanda. Dan Greenburg. S. P, Ed. Ática.
Interpretando o texto...
1- Qual o primeiro fato no texto que nos mostra que havia algo esquisito acontecendo?
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2- Como o garoto percebeu que havia algo estranho acontecendo?
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3- O que levou o garoto a arrumar rapidamente seu quarto?
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4- Qual foi a reação do pai de Zeca quando o mesmo disse que havia organizado o quarto?
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5- No início do texto, o garoto afirma que gosta de coisas estranhas. É possível que ele tenha mudado de opinião? Por quê?
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6- Qual seria a sua reação se isto tivesse ocorrido com você?
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Aprimorando o vocabulário...
Releia o trecho abaixo retirado do texto: “Um fantasma chamado Wanda”.
“Seria algum cara querendo aprontar comigo? Ou será que tinha alguma coisa esquisita rolando?”
Veja os sentidos que as palavras, em destaque, têm no dicionário:
  • Aprontar: deixar pronto / preparar / concluir / começar
  • Rolar: rodar / fazer girar / fazer avançar girando / fluir / acontecer (gíria)
a) Dos sentidos acima, quais se aplicam ao trecho?
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b) Explique o que você entendeu do trecho.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) Estas palavras estão usadas como gíria. O texto traz outras gírias. Explique em um vocabulário formal em que sentido tais gírias estão sendo usadas:
· “... Uns negócios assim”.
· “Naquele dia estava uma zona completa”.
_______________________________________________________________________________________
· “E aí, Zeca, que tal dar uma geral?”
_______________________________________________________________________________________
· “Seria algum cara querendo aprontar comigo?”
_______________________________________________________________________________________
Produção textual...
Partindo do texto que você leu escreva um outro, com suas próprias palavras, tentando responder as seguintes questões:
· O que será que vai acontecer?
· Como Zeca vai descobrir quem está fazendo toda esta confusão?
· O pai vai continuar acreditando nele?
· Como vai acabar essa história?
Se desejar ilustre seu texto para torná-lo mais atrativo aos seus leitores.
Capriche! Você é capaz!
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Saudades


Saudades...

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...


Clarice Lispector

De 5° a 8°, Enem com Gabarito


1° TEXTO

BUROCRATAS CEGOS
A decisão, na sexta-feira, da juíza Adriana Barreto de Carvalho Rizzotto, da 7a Vara Federal do Rio, determinando que a Light e a Cerj também paguem bônus aos consumidores de energia que reduziram o consumo entre 100 kWh e 200 kWh fez justiça. A liminar vale para todos os brasileiros. Quando o Governo se lançou nessa difícil tarefa do racionamento, não contou com tamanha solidariedade dos consumidores. Por isso, deixou essa questão dos bônus em suspenso. Preocupada com os recursos que o Governo federal terá que desembolsar com os prêmios, a Câmara de Gestão da Crise   de   Energia tem evitado encarar essa questão, muito embora o próprio presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, já tenha dito que o bônus será pago. Decididamente, os consumidores não precisavam ter lançado mão da Justiça para   poder   ter   a   garantia   desse   direito. Infelizmente,   o permanente desrespeito ao contribuinte ainda faz parte da cultura dos burocratas brasileiros. Estão constantemente preocupados em preservar a máquina do Estado. Jamais pensam na sociedade e nos cidadãos. Agem como se logo mais na frente não precisassem da população para vencer as barreiras de mais essa crise. (Editorial de O Dia, 19/8/01)

1) De acordo com o texto: 
a) a juíza expediu a liminar porque as companhias de energia elétrica se negaram a pagar os bônus aos consumidores.
b) a liminar fez justiça a todos os tipos de consumidores.
c) a Light e a Cerj ficarão desobrigadas de pagar os bônus se o Governo fizer a sua parte.
d) o excepcional retorno dado pelos consumidores de energia tomou de surpresa o Governo.
e) o Governo pagará os bônus, desde que as companhias de energia elétrica também o façam.

2) Só não se depreende do texto que: 
a) os burocratas brasileiros desrespeitam sistematicamente o contribuinte.
b) o governo não se preparou para o pagamento dos bônus.
c) o chefe do executivo federal garante que os consumidores receberão o pagamento dos bônus.
d) a Câmara de Gestão está preocupada com os gastos que terá o Governo com o pagamento dos bônus.
e) a única forma de os consumidores receberem o pagamento dos bônus é apelando para a Justiça.

3) De acordo com o texto, a burocracia brasileira: 
a) vem ultimamente desrespeitando o contribuinte.
b) sempre desrespeita o contribuinte.
c) jamais desrespeitou o contribuinte.
d) vai continuar desrespeitando o contribuinte.
e) deixará de desrespeitar o contribuinte.

4) A palavra que justifica a resposta ao item anterior é: 
a) infelizmente
b) constantemente
c) cultura
d) jamais
e) permanente

5) Os burocratas brasileiros: 
a) ignoram o passado.
b) não valorizam o presente.
c) subestimam o passado.
d) não pensam no futuro.
e) superestimam o futuro.

6) Pode-se afirmar, com base nas idéias do texto: 
a) A Câmara de Gestão defende os interesses da Light e da Cerj.
b) O presidente da República espera poder pagar os bônus aos consumidores.
c) Receber o pagamento dos bônus é um direito do contribuinte, desde que tenha reduzido o consumo satisfatoriamente.
d) Os contribuintes não deveriam ter recorrido à Justiça, porque a Câmara de Gestão garantiu o pagamento dos bônus.
e) A atuação dos burocratas brasileiros deixou a Câmara de Gestão preocupada.


2° TEXTO
É consenso entre os economistas que o setor automobilístico é o que impulsiona a economia de qualquer país. QUATRO RODAS foi conferir e viu que os números são espantosos. A começar pelo mercado de trabalho. Estima-se que um  emprego  em  uma  fábrica  de  carros  gera, indiretamente, 46 outros empregos. Por esse cálculo, 5 milhões de brasileiros dependem, em maior ou menor grau, dessa indústria. Até na construção civil a presença das rodas é enorme: 1 em cada 4 metros quadrados de espaço nas grandes cidades se destina  a ruas ou estacionamentos.  Na ponta do lápis, o filão da economia relacionado a automóveis movimentou, no ano passado, pelo menos 216 bilhões de dólares. Como o PIB brasileiro, nesse período, foi  de 803 bilhões de dólares (e ainda não havia ocorrido a maxidesvalorização), cerca de 1 em cada 4 reais que circularam no país andou sobre rodas em 1998. (Quatro Rodas, março/99)

7) Segundo o texto, a economia de um país: 
a) é ajudada pelo setor automobilístico.
b) independe do setor automobilístico.
c) às vezes depende do setor automobilístico.
d) não pode prescindir do setor automobilístico.
e) fortalece o setor automobilístico.

8) A importância do setor automobilístico é destacada: 
a) por boa parte dos economistas
b) pela maioria dos economistas
c) por todos os economistas
d) por alguns economistas
e) pelos economistas que atuam nessa área

9) Pelo texto, verifica-se que: 
a) alguns países têm sua economia impulsionada pelo setor automobilístico.
b) o PIB brasileiro seria melhor sem o setor automobilístico.
c) para os economistas, o setor automobilístico tem importância relativa na economia brasileira.
d) cinco milhões de brasileiros têm seu sustento no setor automobilístico.
e) em 1998, três quartos da economia brasileira não tinham relação com o setor automobilístico.

10) “A começar pelo mercado de trabalho.” Das alterações feitas na passagem acima, aquela que lhe altera basicamente o sentido é:  
a) a princípio pelo mercado de trabalho
b) começando pelo mercado de trabalho
c) em princípio pelo mercado de trabalho
d) principiando pelo mercado de trabalho
e) iniciando pelo mercado de trabalho

11) Segundo o texto, o setor automobilístico: 
a) está presente em segmentos diversos da sociedade.
b) limita-se às fábricas de veículos.
c) no ano de 1988 gerou salários de aproximadamente 216 bilhões de dólares.
d) ficou imune à maxidesvalorização.
e) gera, pelo menos, 47 empregos por fábrica de automóveis.

12) A palavra ou expressão que justifica a resposta ao item anterior é: 
a) qualquer
b) gera
c) até
d) na ponta do lápis
e) no país



3° TEXTO
Vários planetas são visíveis a olho nu: Marte, Júpiter, Vênus, Saturno e Mercúrio. Esses astros já eram conhecidos não apenas dos gregos, mas também de povos ainda mais antigos, como os babilônios.  Apesar de sua semelhança com as estrelas, os planetas eram identificados pelos povos da Antigüidade graças a duas características que os diferenciavam. Primeiro: as estrelas, em curtos períodos, não variam de posição umas em relação às outras. Já os planetas mudam de posição no céu com o passar das horas. À noite, esse movimento pode ser percebido com facilidade.    Segundo: as estrelas    têm   uma    luz   que,   por    ser    própria, pisca levemente. Já os planetas, que apenas refletem a luz do Sol, têm um brilho fixo. Os planetas mais distantes da Terra só puderam ser descobertos bem mais tarde, com a ajuda de aparelhos ópticos como o telescópio. “O primeiro deles a ser identificado foi Urano, descoberto em 1781 pelo astrônomo inglês William Herschel”, afirma a astrônoma Daniela Lázzaro, do Observatório Nacional do Rio de Janeiro. (Superinteressante, agosto/01)

13) Com relação às idéias contidas no texto, não se pode afirmar que: 
a) os gregos não conheciam o planeta Urano.
b) os gregos, bem como outros povos da Antigüidade, conheciam vários planetas do Sistema Solar.
c) a olho nu, os planetas se assemelham às estrelas.
d) os povos da Antigüidade usavam aparelhos ópticos rudimentares para identificar certos planetas.
e) os povos antigos sabiam diferençar os planetas das estrelas, mesmo sem aparelhos ópticos.

14) Infere-se do texto que a Astronomia é uma ciência que, em dadas circunstâncias, pode prescindir de: 
a) estrelas
b) planetas
c) instrumentos
d) astrônomos
e) estrelas, planetas e astrônomos

15) A locução prepositiva “graças a”  tem o mesmo valor semântico de: 
a) mas também
b) apesar de
c) com
d) por
e) em

16) “Esses astros já eram conhecidos não apenas dos gregos, mas também 
de povos ainda mais antigos...” Das alterações feitas na passagem acima, aquela que apresenta sensível alteração de sentido é: 
a) Esses astros já eram conhecidos não somente dos  gregos, como também de povos ainda mais antigos.
b) Tais planetas já eram conhecidos não apenas dos  gregos, mas também de povos ainda mais antigos.
c) Esses astros já eram conhecidos não apenas pelos gregos, mas também por povos ainda mais antigos.
d) Esses astros já eram conhecidos tanto pelos gregos, como por povos ainda mais antigos.
e) Esses astros já eram conhecidos não apenas através dos gregos, mas também através de povos mais antigos.

17) A diferença que os antigos já faziam entre estrelas e planetas era de: 
a) brilho e posição
b) beleza e posição
c) importância e disposição
d) brilho e importância
e) beleza e disposição

18) Infere-se do texto que o planeta Netuno: 
a) era conhecido dos gregos.
b) foi descoberto sem ajuda de aparelhos ópticos.
c) foi descoberto depois de Plutão.
d) foi descoberto depois de Urano.
e) foi identificado por acaso.

19) Segundo o texto, as estrelas: 
a) nunca mudam de posição.
b) são iguais aos planetas.
c) não piscam.
d) só mudam de posição à noite.
e) mudam de posição em longos períodos de tempo.


4° TEXTO
Não faz muito tempo, a mata virgem, as ondas generosas e as areias brancas da Praia do Rosa, no sul catarinense, despertaram a atenção de surfistas e viajantes em busca de lugares inexplorados. Era meados dos anos 70, e este recanto permanecia    exclusivo    de poucas   famílias   de pescadores. O tempo passou e hoje “felizmente”, conforme se ouve em conversas com a gente local, o Rosa não mudou. Mesmo estando localizada a apenas 70 quilômetros de Florianópolis e vizinha do badalado Balneário de Garopaba, a Praia do Rosa preserva, de    forma    ainda    bruta,    suas    belezas    naturais.   É   claro    que houve mudanças desde sua descoberta pelos forasteiros. Mas, ao contrário de muitos lugarejos de nossa costa que tiveram a natureza devastada pela especulação imobiliária, esta região resiste intacta graças a um pacto entre moradores e donos de pousadas. Uma das medidas adotadas por eles, por exemplo, é que  ninguém ocupe  mais de 20%  de seu terreno com construção. Assim, o verde predomina sobre os morros de frente para o mar azul repleto de baleias. Baleias? Sim, baleias francas, a mais robusta entre as espécies desses mamíferos marinhos, que chegam a impressionantes 18 metros e até 60 toneladas. (Sérgio T. Caldas, na Os caminhos da Terra, dez./00)

20) Quanto à Praia do Rosa, o autor se contradiz ao falar: 
a) da localização
b) dos moradores
c) da mudança
d) do tempo
e) do valor

21) O texto só não nos permite afirmar, com relação à Praia do Rosa: 
a) mantém intactas suas belezas naturais. 
b) manteve-se imune à especulação imobiliária.
c) não fica distante da capital do Estado.
d) no início dos anos 70, surfistas e exploradores se encantaram com suas belezas naturais.
e) trata-se de um local tranqüilo, onde todos respeitam a natureza.

22) Pelo visto, o que mais impressionou o autor do texto foi a presença de: 
a) moradores
b) baleias
c) surfistas
d) donos de pousadas
e) viajantes

23) O fator determinante para a preservação do Rosa é: 
a) a ausência da especulação imobiliária
b) o amor dos moradores pelo lugar
c) a consciência dos surfistas que freqüentam a região
d) o pacto entre moradores e donos de pensão
e) a proximidade de Florianópolis

24) O primeiro período do segundo parágrafo terá o seu sentido alterado se 
for iniciado por: 
a) a despeito de estar localizada
b) não obstante estar localizada
c) ainda que esteja localizada
d) contanto que esteja localizada
e) posto que estivesse localizada

25) O adjetivo empregado com valor conotativo é: 
a) generosas
b) exclusivo
c) bruta
d) intacta
e) azul

26) O adjetivo “badalado”: 
a) pertence à língua literária e significa importante.
b) é linguagem jornalística e significa comentado.
c) pertence à língua popular e significa muito falado.
d) é linguagem científica e significa movimentado.
e) pertence à língua coloquial e significa valiosa.



5° TEXTO
A vida é difícil para todos nós. Saber disso nos ajuda porque nos poupa da autopiedade. Ter pena de si mesmo é uma viagem que não leva a lugar nenhum. A autopiedade, para ser justificada, nos toma um tempo enorme na construção   de   argumentos   e   motivos   para nos entristecermos com uma coisa absolutamente natural: nossas dificuldades. Não vale a pena perder tempo se queixando dos obstáculos que têm de ser superados para sobreviver e para crescer. É melhor ter pena dos outros e tentar ajudar os que estão perto de você e    precisam de uma mão amiga, de um sorriso de encorajamento, de um abraço de conforto. Use sempre suas melhores qualidades para  resolver problemas, que são: capacidade de amar, de tolerar e de rir. Muitas pessoas vivem a se queixar de suas condições desfavoráveis, culpando as circunstâncias   por suas   dificuldades ou fracassos. As pessoas que se dão bem no mundo são  aquelas que saem em busca de condições favoráveis e se não as encontram se esforçam por criá-las. Enquanto você acreditar que a vida é um jogo de sorte vai perder sempre. A questão não é receber boas cartas, mas usar bem as que lhe foram dadas. (Dr. Luiz Alberto Py, in O Dia, 30/4/00)

27) Segundo o texto, evitamos a autopiedade quando: 
a) aprendemos a nos comportar em sociedade.
b) nos dispomos a ajudar os outros.
c) passamos a ignorar o sofrimento.
d) percebemos que não somos os únicos a sofrer.
e) buscamos o apoio adequado.

28) Para o autor, o mais importante para a pessoa é: 
a) perceber o que ocorre à sua volta.
b) ter pena das pessoas que sofrem.
c) buscar conforto numa filosofia ou religião.
d) esforçar-se para vencer as dificuldades.
e) estar ciente de que, quando menos se espera, surge a dificuldade.

29) A autopiedade, segundo o autor: 
a) é uma doença.
b) é problema psicológico.
c) destrói a pessoa.
d) não pode ser evitada.
e) não conduz a nada.

30) A vida é comparada a um jogo em que a pessoa: 
a) precisa de sorte.
b) deve saber jogar.
c) fica desorientada,
e) geralmente perde.
e) não pode fazer o que quer.

31) A superação das dificuldades da vida leva: 
a) à paz
b) à felicidade
c) ao equilíbrio
d) ao crescimento
e) à auto-estima

32) Os sentimentos que levam à superação das dificuldade são: 
a) fé, tolerância, abnegação
b) amor, desapego, tolerância
c) caridade, sensibilidade, otimismo
d) fé, tolerância, bom humor
e) amor, tolerância, alegria

33) Para o autor: 
a) não podemos vencer as dificuldades.
b) só temos dificuldades por causa da nossa imprevidência.
c) não podemos fugir das dificuldades.
d) devemos amar as dificuldades.
e) devemos procurar as dificuldades.

Gabarito esta abaixo.
















GABARITO DOS EXERCÍCIOS:
1- d  
2- e 
3- b  
4- e 
5- d 
6- c  
7- d  
8- c  
9- e  
10- c  
11- a  
12- c  
13- d  
14- c  
15- d 
16- e 
17- a  
18- d  
19- e 
20- c 
21- d  
22- b  
23- d  
24- d  
25- a 
26- c  
27- d  
28- d  
29- e  
30- b  
31- d  
32- e  
33- c

Retirado de http://interpretacaox.blogspot.com.br

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Um crime quase perfeito parte final

UM CRIME QUASE PERFEITO (Parte Final)

Chamei o garçom, paguei a bebida que não tomara, embarquei num táxi e fui à casa da criada. No quarto, me sentei à frente dela.
— Olhe-me nos olhos – disse-lhe – e veja bem o que vai responder: a senhora Stevens tomava uísque com gelo ou sem gelo?
   Com gelo, senhor.
  Onde comprava o gelo?
— Não comprava, senhor. Em casa há uma geladeira pequena que faz gelo em cubinhos – e a criada, como acordando, prosseguiu: — Agora me lembro, a geladeira estava estragada. Ontem, o senhor Pablo a consertou num instante.
            Uma hora depois nos encontrávamos na residência da senhora Stevens: o químico de nosso  laboratório, o técnico da fábrica que vendera a geladeira, o juiz de instrução e eu. O técnico retirou a água do depósito do congelador e vários cubinhos de gelo. O químico iniciou seu trabalho e, minutos depois, disse:
— A água está envenenada, os cubos também.
            Olhamo-nos, contentes. O mistério tinha terminado.
            Agora era um mero jogo a reconstituição do crime. O doutor Pablo, ao trocar o fusível da geladeira (era este o defeito, segundo o técnico), lançara no congelador certa quantidade de veneno dissolvido em água. Sem suspeitar, a senhora Stevens preparava seu uísque. Retirara um cubinho do congelador (o que explicava o prato com gelo derretido, encontrado na mesa) e o colocara no copo.  Sem imaginar que a morte a esperava em seu vício, passara a ler o jornal, até que, julgando o uísque suficientemente gelado, tomara um gole. Os efeitos não tardaram.
            Faltava prender o veterinário. Em vão o esperamos em sua casa. Ignoravam onde estava. No laboratório da indústria leiteira nos informaram que lá chegaria só às dez da noite.          
            Às onze, o juiz, meu superior e eu nos apresentamos no laboratório da Erpa. O doutor Pablo, quando nos viu em grupo, levantou o braço, como se quisesse anatematizar nossas conclusões. Abriu a boca e despencou ao lado de uma mesa de mármore. Um infarto o matara. Em seu armário estava o frasco do veneno. Foi o assassino mais engenhoso que conheci.

ARLT, Roberto. Um crime quase perfeito. Trad. Sérgio Faraco. In: Flávio Moreira Costa (org.) Os 100 melhores contos de crime e mistério da literatura universal. 2.ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. P. 607 – 609.

1)      Qual é afinal, a terceira hipótese para o crime?
2)    Qual a primeira atitude do narrador ao imaginar essa última hipótese para o crime? Por quê?
3)    Quem se tornou o suspeito número um? Explique por que razão.
4)    A reconstituição é a história do crime contada de acordo com uma hipótese baseada em fortes evidências. Explique com suas palavras como o crime foi cometido.
5)    Em que lugares o assassino foi procurado?
6)    O assassino foi preso? O que aconteceu?
7)    Onde foi encontrado o envoltório do veneno?
8)    Podemos dizer que o final foi surpreendente? Por quê?

Um crime quase perfeito parte II

...

                E havia outra questão: os irmãos da morta eram três malandros.  Os três, em menos de dez anos, tinham posto fora os bens herdados dos pais, e seus atuais rendimentos não eram satisfatórios: Juan trabalhava como ajudante de um advogado especializado em divórcios. Mais de uma vez sua conduta anterior se mostrara suspeita, dando margem à presunção de chantagem. Esteban era corretor de seguros e havia feito um seguro para sua irmã, sendo ele mesmo o beneficiário. Quanto a Pablo: era veterinário, mas tivera seu registro profissional  cancelado pela justiça após ser condenado por dopar cavalos. Para não morrer de fome empregara-se na indústria leiteira, no setor de análises.
                Assim eram os irmãos.
                Já a senhora Stevens tinha enviuvado três vezes. No dia de seu “suicídio” estava completando 68 anos, mas era uma mulher extraordinariamente conservada, corpulenta, forte, enérgica, de cabelos viçosos, e tinha condições de pretender novo casamento. Dirigia a casa com alegria e pulso firme. Adepta dos prazeres da mesa, sua despensa estava magnificamente provida de vinhos e comestíveis, e não há dúvida de que, sem aquele “acidente”, teria vivido cem anos. Supor que uma mulher como ela seria capaz de suicidar-se era desconhecer a natureza humana. Sua morte beneficiaria cada um dos três irmãos com duzentos e trinta mil pesos.
                O cadáver foi descoberto pelo porteiro e pela criada às sete da manhã, quando esta, não conseguindo abrir a porta, que estava trancada por dentro, chamou o homem para ajudá-la. Às onze da manhã, como creio ter dito anteriormente, estava em nosso poder a informação do laboratório. Às três da tarde, eu deixava o quarto em que estava detida  a empregada, em sua própria casa, com uma ideia na cabeça: o assassino arrancara um vidro da janela para entrar na casa e após deitar veneno ao copo recolocara o vidro no lugar. Era uma fantasia de romance policial, mas convinha verificar a hipótese.
                Saí da residência da senhora Stevens decepcionado. Minha especulação era falsa. A massa dos vidros não tinha sido removida.
                Decidi caminhar e pensar um pouco, o “suicídio” da senhora Stevens me preocupava bastante. Não policialmente, mas, diria, esportivamente. Estava diante de um sagaz, possivelmente um dos três irmãos, que se valera de um expediente simples e ao mesmo tempo misterioso, impossível de ser detectado na nitidez daquele vazio.
                Absorvido em minhas conjeturas, entrei num café, tão ausente do mundo que, embora detestasse bebidas alcoólicas, pedi um uísque. Quanto tempo esteve a bebida, sem ser tocada, diante dos meus olhos? Não sei. De repente, vi o copo de uísque, a garrafa d'água, o pratinho com gelo. Atônito, fiquei olhando aquilo. Uma hipótese dava grandes saltos no meu cérebro.
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1)  Como a vítima é descrita física e psicologicamente?
2) Qual era a situação dos irmãos da vítima? Essa situação fez deles suspeitos em potencial. Por quê?
3) No terceiro parágrafo desse trecho, o narrador apresenta evidências que enfraquecem a hipótese de suicídio. Quais são elas?
4) Onde a criada ficou detida?
5) Quem descobriu o cadáver da vítima? Onde ele foi encontrado?                                                          6) Nesse ponto da narrativa, o policial cogita uma segunda hipótese. Qual é essa hipótese? Ela se confirma? Por quê?
7) O narrador utiliza a palavra suicídio entre aspas. Por quê?
8) Vamos pensar nos suspeitos? Releia as duas partes do conto para completar os espaços que estão em branco. Tenha em mente duas hipóteses: a de suicídio e a de assassinato. Seja fiel ao texto.